sábado, 26 de outubro de 2013
Antigas fotos de Sete Quedas revelam a natureza que o Brasil perdeu
No entanto resquícios dela reaparecem quando o nível de água da usina está baixo.
Quem me enviou essas fotos foi um ouvinte da Rádio Eldorado, Wanderley Duck, que é também um grande pesquisador de fatos interessantes que acontecem em várias partes do mundo.
Como pode um país ter desprezado patrimônio natural tão rico?
Apesar do nome, o Salto de Sete Quedas, era constituído por 19 cachoeiras principais, sendo agrupadas em sete quedas.
Recordistas mundiais em volume d'água, as Sete Quedas eram o principal atrativo turístico de Guaíra, cidade que, à época, chegou a ter 60 mil habitantes, rivalizando em importância com Foz do Iguaçu. Atualmente, a população desta cidade é inferior a 30 mil pessoas.
Vivia-se o regime militar e o presidente João Batista Figueiredo anunciou que nada poderia fazer por Sete Quedas, visto que a construção da hidrelétrica era mais importante.
O anúncio de destruição daquela paisagem levou milhares de turistas a Guaíra e em 17 de Janeiro de 1982, ocorre a queda de uma ponte utilizada para a travessia de turistas e 32 pessoas morreram.
A investigaçao apontou para uma dupla causa: primeiro, a falta de cuidado com a manutenção das pontes sob a presunção de que em breve as Sete Quedas seriam inundadas; e depois, o aumento descontrolado da visitação, pois todos queriam ver os saltos antes de seu desaparecimento para a formação do lago de Itaipu.
De acordo com levantamentos altimétricos a primeira ponte - a do Saltinho - ficava a 204 metros acima do nível do mar, o que significa que o lago formado pela represa de Itaipú, ao atingir sua cota que é de 220 metros acima do nível do mar, deixaria esta ponte sob 16 metros abaixo d'água.
Em 13 de outubro de 1982, o fechamento das comportas do Canal de Desvio de Itaipu começava a sepultar, com as águas barrentas do lago artificial, um dos maiores espetáculos da face da Terra: as Sete Quedas do Rio Paraná ou "Saltos del Guaíra".
"Sete Quedas por nós passaram,
E não soubemos, ah, não soubemos amá-las...
E todas sete foram mortas,
E todas sete somem no ar...
Sete fantasmas, sete crimes,
Dos vivos golpeando a vida,
Que nunca mais renascerá..."
(Carlos Drummond de Andrade)
Wanderley Duck pede para esclarecer que ele não é o autor das fotos, mas um amigo próximo que não revelou o nome. Vale o registro.
Se puder comente comigo essas fotos.
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