sábado, 26 de outubro de 2013
“Ibope distorceu pesquisa”, acusa tucano de Aécio Neves
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), braço direito do tucano Aécio Neves (PSDB-MG), e um dos coordenadores da sua campanha presidencial, pretende intensificar a guerra com o Ibope, instituto de pesquisas comandado por Carlos Augusto Montenegro. Nos próximos dias, Cunha Lima apresentará um projeto de lei para proibir que pesquisas de institutos que vendem seus levantamentos para governos e partidos sejam divulgadas em meios de comunicação.
“Há um claro conflito de interesses”, diz Cunha Lima. Segundo ele, esse seria o caso do Ibope, que tem contratos com o PT e cuja pesquisa foi divulgada na última quinta-feira, mostrando a presidente Dilma Rousseff com 41%, o senador Aécio Neves com 14% e o governador pernambucano com 10%. Nas pesquisas anteriores, da Vox Populi, e do Datafolha, Aécio teve 21% e 20%. “Nada justifica a queda apontada pelo Ibope”, diz Cunha Lima.
247 – Do que tratará o seu projeto?
Cássio Cunha Lima - Basicamente, queremos adotar o modelo americano. Instituto que faz pesquisa para partidos e governos não pode fazer para meios de comunicação. Não é nada contra o Ibope ou contra os institutos, mas uma ação para evitar conflitos de interesses.
247 – Esse seria o caso do Ibope?
Cunha Lima - O Ibope, pelas informações de mercado, tem contratos importantes com o PT. Isso cria uma distorção. E essa pesquisa não tem justificativa técnica. Dias antes, o Datafolha e o Vox Populi deram 21% e 20% para o senador Aécio. Nada justifica essa queda para 14%.
247 – Mas por que uma pesquisa seria mais confiável do que outra?
Cunha Lima – O modelo do Datafolha me parece ser o mais ético. O instituto não faz pesquisa para partidos e governos, mas só para o grupo Folha. Se nós, do PSDB, tentarmos contratar uma pesquisa Datafolha não vamos conseguir.
247 – Quando será apresentado o projeto?
Cunha Lima - Nos próximos dias. O caso já está sendo estudado pela consultoria do Senado. Se estará ou não aprovado antes das eleições de 2014, dependerá da tramitação legislativa.
247 – Falando das eleições em si, como o sr. analisa a postulação de José Serra, que reivindica a candidatura do PSDB e tem números superiores aos de Aécio?
Cunha Lima - A pesquisa pega o recall. O caso Serra é uma questão superada dentro do PSDB. O partido esteve ao lado dele em todos os momentos. Agora, é o momento de Serra se colocar ao lado do partido, que tem um candidato definido: Aécio Neves.
247 – Como político nordestino, como o senhor avalia as chances de Aécio na região?
Cunha Lima - Muito boas. E asseguro que, desta vez, Dilma e o PT não terão, no Nordeste, o mesmo desempenho das eleições passadas. Há um cansaço grande com um modelo que se exauriu e com questões que não foram atacadas, como a estiagem. Há um empobrecimento generalizado nas regiões rurais e, além disso, várias obras inacabadas, cujo símbolo maior é a transposição do São Francisco.
247 – E no plano nacional?
Cunha Lima - O PSDB, mesmo nas eleições em que foi derrotado, alcançou mais de 40% dos votos. Um dado revelador dessa pesquisa Ibope, mesmo contestada por nós pelo erro em relação ao Aécio, é a queda na aprovação do governo Dilma. O índice de ótimo e bom, que já foi superior a 60%, caiu para 38%. Posso assegurar que seremos competitivos e haverá segundo turno. Mas se dependesse do PT, a presidente Dilma seria candidata única e venceria por WO.
247 – E o seu projeto pessoal? Será candidato ao governo da Paraíba?
Cunha Lima - Essa é uma decisão que será tomada em 2014. Uma ala do partido defende o apoio à reeleição do governador Ricardo Coutinho e outra uma candidatura em torno do meu nome. Ainda é cedo para decidir.
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