Salários altíssimos pagos a Sérgio Moro e Deltan vem do fundo partidário de R$ 250 milhões do Podemos
Depois de o ex-juiz Sergio Moro ter anunciado que iria receber um salário mensal de 22.000 reais do Podemos em 2022, foi a vez de outra figure ilustre da Operação Lava Jato, o ex-procurador da República Deltan Dallagnol revelar que terá uma remuneração de 15.000 reais por mês da legenda.
Moro justificou o salário dizendo que isso é prática comum nos partidos e citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador Ciro Gomes, que recebem em torno de 27.000 reais cad um do PT e do PDT, respectivamente. Moro está desempregado desde outubro do ano passado, quando deixou o seu emprego na consultoria americana Alvarez & Marsal.
Já Deltan publicou uma nota na qual informa que a remuneração será para ele atuar na formação de quadros políticos do Podemos. Segundo ele, os vencimentos anuais representarão metade do que ele ganhava como procurador. Diz, ainda, que o salário “será pago com recursos partidários que já seriam gastos com estruturas, materiais e funcionários, mas foram remanejados.”
De qualquer forma, será dinheiro público. Os partidos hoje são financiados com dois fundos. Um deles, ao qual se refere Deltan, é o Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, conhecido como Fundo Partidário, cuja verba total chegará a 1,1 bilhão de reais em 2022, segundo o orçamento aprovado pelo Congresso, quase 12% a mais que em 2021. Esse valor é pago anualmente, dividido de acordo com as bancadas de cada partido, e pode ser usado para financiar as despesas corriqueiras da legenda.
O outro é o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, conhecido como Fundo Eleitoral, que só é distribuído em anos em de eleição, como será em 2022. O seu valor total será de 4,9 bilhões de reais, quase o triplo do 1,8 bilhão de reais destinado em 2020.
No total, o Podemos receberá 248,9 milhões de reais em 2022, mais que o dobro dos 112 milhões de reais que recebeu em 2020. No ranking da verba pública, o partido é o 12º em recebimento de dinheiro. O líder é o PT, com 630 milhões de reais, mas que poderá ser superado com a fusão do DEM e do PSL, que resultará no União Brasil, que teria direito a 1,05 bilhão de reais neste ano.
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