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terça-feira, 21 de junho de 2022

Programa eureciclo impacta vai investir R$25 milhões na cadeia de reciclagem em 2022


Programa eureciclo impacta vai investir R$25 milhões na cadeia de reciclagem em 2022

 

Operador de resíduos fazendo a triagem de materiais recicláveis na esteira.

Objetivo é promover a viabilidade econômica do setor, por meio de consultorias que permitam a estruturação e a formalização da cadeia de reciclagem brasileira. 200 cooperativas e operadores privados devem ser beneficiados com a iniciativa neste ano.

No Brasil, um dos maiores desafios da reciclagem é a viabilidade econômica. Por isso, a maior certificadora de logística reversa de embalagens do país lança o eureciclo impacta, programa que levará, em 2022, aproximadamente R$25 milhões para mais de 200 cooperativas e operadores privados, promovendo a estruturação e a formalização das empresas do mercado, além de estimular a reciclagem de volumes mais expressivos de resíduos.

O montante é maior que o total investido desde o início das operações (R$23 milhões), totalizando quase R$50 milhões de investimento até o fim deste ano.

“Todo o projeto acontece por meio da compensação ambiental e dos Certificados de Crédito de Reciclagem (CREs)”, explica Marcella Bueno, diretora de operações da eureciclo. “O modelo é uma das melhores soluções para um país de dimensões continentais, já que trabalha com resíduos equivalentes.

Ou seja, em vez de reciclar os itens exatos que colocou no mercado e não conseguiu recuperar, a empresa pode optar pela reciclagem de pesos proporcionais do mesmo tipo de material, como papelão ou vidro, por exemplo”, completa.

A eureciclo já compensou, desde 2017, 400 mil toneladas de resíduos em parceria com mais de 6 mil clientes que utilizam o serviço no Brasil.

Gerando impacto em todo o Brasil

O eureciclo impacta contempla, ao todo, 200 cooperativas e operadores privados, parceiros da certificadora, instalados em todos os estados do país. Com isso, será possível homologar mais agentes expandindo para novas regiões.

Além disso, a qualificação permite ampliar a quantidade e a triagem dos materiais em diversos grupos (e não apenas em papel, vidro, metal e plástico), aperfeiçoando os resultados. O investimento será dividido em duas frentes: 

  1. Processo tradicional de comercialização dos CREs: acontece após a venda do material triado pelos operadores à indústria transformadora, similar ao que ocorre com os créditos de carbono;
  2. Investimento adiantado: os parceiros selecionados recebem antecipadamente, com geração posterior de créditos, como uma forma de ajudar a aumentar a capacidade operacional. 

Além dos impactos econômicos e ambientais, o programa também beneficia agentes de reciclagem que não têm conhecimento para formalizar seus serviços. Cerca de 70% das centrais parceiras viram sua produtividade crescer em 2021.

“Nosso objetivo é incluir nesse ciclo os trabalhadores que ainda não atingiram a estrutura ideal e, por isso, continuamos a busca por uma forma de contemplar toda a rede, que é fundamental para a reciclagem”, conta Bueno.

O que são Certificados de Crédito de Reciclagem?

Para quem não conhece, os certificados funcionam com a mesma lógica dos créditos de carbono, mas são voltados à logística reversa.

Pela PNRS, todas as empresas que geram, comercializam ou importam embalagens, precisam se responsabilizar por, no mínimo, 22% da destinação ambientalmente correta destes resíduos após o consumo. 

Os parceiros da eureciclo podem, também, escolher planos maiores, para compensar 100% ou 200% das suas embalagens. No primeiro, para cada item vendido, outro equivalente é reciclado. No último, cada embalagem gera a reciclagem de outras duas do mesmo material.

Em vez de investir em uma estrutura própria de logística reversa, as empresas compram os Certificados de Créditos de Reciclagem. Eles são a garantia de que um volume equivalente (em peso e material) foi retirado do meio ambiente e retornou ao ciclo produtivo após a reciclagem. 

Fases de implementação do programa

A execução do eureciclo impacta, prevê quatro etapas:

  1. Homologação de operadores que conseguiram estruturar o trabalho, por meio do apoio prestado pela consultoria;
  2. Evolução estratégica do negócio, apresentando novas fontes de financiamento para investimento em infraestrutura;
  3. Formação e capacitação de pessoas, com a aplicação de treinamentos e cursos;
  4. Desenvolvimento de massa e de novos mercados, com a implementação de ações para aumento de capacidade operacional de processamento de materiais.

Avanço do mercado e da legislação

Na última década, a reciclagem brasileira passou por diversas mudanças. Em 2010, foi criada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que iniciou o movimento de diminuir os impactos ambientais de itens descartados pela população, mas que chegaram às prateleiras pelas marcas.

A comercialização de créditos (similares aos de carbono), no entanto, foi reconhecida nacionalmente após a publicação de decreto federal em abril deste ano. Antes disso, havia acordos específicos de cada estado. 

O descumprimento da lei pode gerar penalidades como multas de até R$50 milhões ou até mesmo resultar no fechamento da empresa.

Em São Paulo, por exemplo, as companhias que não cumprem a meta mínima de compensação ambiental das suas embalagens podem ficar sem o licenciamento ambiental, fornecido pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

“Há muitas vantagens em escolher os créditos de reciclagem como alternativa para um negócio. Regularizar a operação, diminuir o prejuízo ambiental, viabilizar a logística reversa e destinar um valor superior ao praticado no mercado para operadores e cooperativas são os melhores exemplos”, diz Bueno.

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