segunda-feira, 15 de junho de 2015

Beto Richa nega crise no governo e dispara contra adversários políticos

Governador reforçou que apoia as investigações do MP e refutou a denúncia de que teria recebido dinheiro de propina durante campanha

Rubens Chueire Jr. - Equipe Folha 

O governador Beto Richa (PSDB) negou, durante convenção estadual de seu partido realizada neste domingo (14), que a administração esteja desgastada ou passando por uma crise em seu segundo mandato. "Não há crise. Tentam formar uma crise e ligar qualquer ato negativo ao nosso governo. Meus adversários têm feito isso, dando ênfase muito grande a esta situação da Receita. É importante lembrar que tenho 20 anos de vida pública, dez anos entre prefeito e governador do Paraná, sem denúncias e sem uma condenação sequer", afirmou.

Conforme as investigações do Grupo de Atuação Especializado de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público (MP), o grupo de auditores fiscais que fez parte de um esquema de corrupção dentro da Receita Estadual teria arrecadado R$ 38,4 milhões em propina somente em 2014. O valor foi angariado, conforme o MP, por meio de propinas cobradas nas três principais delegacias do órgão estadual: Curitiba, Londrina e Maringá.

Divulgação/AEN
Divulgação/AEN -
"Não há crise no governo", garante Beto Richa


Ainda conforme a apuração do MP, R$ 4,3 milhões do valor arrecadado em 2014 teriam sido destinados para a campanha de reeleição do governador Beto Richa (PSDB). A informação foi repassada pelo auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, em depoimento prestado dentro do acordo de colaboração premiada.

O governador reforçou que apoia as investigações conduzidas pelo Gaeco, e refutou a denúncia de que tenha recebido dinheiro de propina durante sua campanha de reeleição. "Ficou muito claro que é um esquema de corrupção que vem ocorrendo há mais de trinta anos. Nós combatemos qualquer desvio de conduta durante quatro anos e continuamos combatendo. Todos sabem como sou intolerante com corrupção e vamos combater com mais profundidade", ressaltou.

Depois da deflagração da segunda fase da Operação Publicano, Richa adiantou que já conversou com o atual secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, a fim de desenvolver mecanismos que possam intimidar qualquer desvio de conduta de agentes fiscais. "Nosso governo tem total interesse que essas investigações sejam abordadas detalhadamente e criteriosamente e, havendo culpados, que sejam punidos com rigor", afirmou. 

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