terça-feira, 20 de julho de 2021

Mundo Animal

Pesquisadora encontra sucuri gigante ao monitorar ninho de arara azul em MS; veja vídeo

Flagrante foi feito por uma pesquisadora do Instituto Arara Azul, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Especialista explicou que no inverno é mais fácil avistar os animais, que tentam se aquecer com luz solar.

Por Flávio Dias, G1MS — Campo Grande



VÍDEO: Pesquisadora encontra sucuri gigante ao monitorar ninho de arara azul em MS

Ao monitorar pessoalmente o ninho de uma arara azul, uma pesquisadora teve uma grande surpresa. Uma sucuri gigante estava bem perto da árvore onde os pássaros se abrigavam, em uma propriedade no Pantanal de Mato Grosso do Sul. (veja o vídeo acima).

O vídeo foi publicado há duas semanas na página da Fazenda Caiman, no Dia Mundial da Cobra, comemorado em 8 de julho, e as imagens viralizaram nas redes sociais.

Uma especialista explicou o aumento das sucuris na região ( leia detalhes mais abaixo).

Nas imagens, a pesquisadora filma um colaborador preparando equipamentos para subir até a copa de uma árvore da espécie Manduvi. Bem próximo ao local, de forma camuflada, a cobra se movimentava lentamente no solo até sumir para dentro da mata.

"Olha o tamanho dessa sucuri! Tranquilinha. Olha que coisa mais linda", diz a pesquisadora.

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Pesquisadora encontra sucuri gigante ao monitorar ninho de arara, no Pantanal de MS — Foto: Redes Sociais

A responsável pela gravação, feita no final do ano passado, é a bióloga e pesquisadora do Instituto Arara Azul, Kefany Ramalho.

Vídeos mostram flagrantes de sucuris

Há duas semanas uma outra sucuri, de aproximadamente 2,5 metros, foi flagrada tomando sol dentro do lago de um hotel no Pantanal.

O animal estava tranquilo e não se importou com a presença de pessoas que estavam em uma passarela aproveitando para registrar o momento, contou Victor Ramalho, autor do vídeo (assista abaixo).

Sucuri de 2,5m é flagrada 'tomando sol' em lago de hotel no Pantanal

Ramalho trabalha há 5 meses no porto do Hotel Passo do Lontra, em Miranda (MS). A página Pantanal Oficial postou as fotos da sucuri neste último sábado (17).

No dia 9 de julho, o produtor rural e pescador amador Roney Dronov se deparou com outra sucuri gigante tomando sol, dessa vez em uma árvore, no leito do Rio Dourados, também em Mato Grosso do Sul.

Dronov, de 35 anos, contou ao G1 que estava acompanhado do pai durante a pescaria, e para ele, a sensação de ver a sucuri gigante foi "única".

Sucuri gigante é flagrada 'posando' para vídeo de pescador, em rio de MS

Aumento das sucuris no inverno

A doutora em Ecologia pela Universidade de São Paulo (USP), Juliana Terra, explicou quais são os principais motivos que facilitam observar as grande cobras.

A especialista, que também coordena um projeto voltado para as sucuris na região de Bonito, ressaltou que nesta época do ano é bastante comum que mais sucuris sejam vistas na região por causa da chegada do inverno, momento em que as serpentes buscam manter-se aquecidas pela luz solar.

"Não é nada atípico desse ano. Pelo contrário, é bastante comum e tem alguns motivos para isso. O principal é a temperatura. Quando chega maio ou junho, quando vamos entrando em períodos e baixas temperaturas. Então é assim, sempre antes ou após uma frente fria, é comum que elas utilizem as horas do dia do sol para se aquecerem, já que a água nessa época fica muito fria, especialmente durante a noite. Então é comum que elas busquem sair da água, busquem as margens dos rios ou barrancos que sempre ficam próximos dos leitos. Ali elas buscam se aquecer sob o sol."

Ela explicou que os animais são silenciosos.

"Não que nas outras épocas do ano elas não estejam ali. Qualquer época do ano elas estão neste local, só que a gente não consegue vê-las. São animais bastante quietos, não fazem barulho, elas são muito camufladas na água com sua coloração. Enfim, é muito difícil avistá-las", disse.

Sucuri flagrada durante expedição de fotógrafos, em MS. — Foto: Daniel De Granville/Photo in Natura
Sucuri flagrada durante expedição de fotógrafos, em MS. — Foto: Daniel De Granville/Photo in Natura

A especialista explicou ainda que as sucuris são ectotérmicos, ou seja, animais que não produzem calor metabolicamente, assim, buscando o aquecimento fora da água, momento em que a maioria dos registros fotográficos são feitos.

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